Referência em fabricação artesanal da iguaria, Minas sedia até domingo o maior evento de queijos das Américas. A ExpoQueijo Brasil reúne em Araxá, no Triângulo Mineiro, quase sete toneladas do produto amado dentro e fora do território mineiro, para eleger entre os participantes o melhor do mundo. O Brasil nunca venceu o prêmio principal.

“Neste ano limitamos o número de queijos no concurso internacional e, mesmo assim, tivemos 14 países participantes, o que nos dá a dimensão desse concurso, considerado o mais importante fora da Europa. Mil e cem queijos disputam o título de Super Ouro. Se contarmos prova e contraprova, já temos três toneladas de queijo. Outras quatro toneladas devem ser comercializadas durante o festival”, destaca Maricell Hussein, organizadora do evento.

No ano passado, o grande vencedor foi o Queijo Toscano, produzido na região da Patagônia, na Argentina. O produto concorreu na categoria Queijo de leite de vaca pasteurizado, com tempo de maturação de 91 a 180 dias e casca tratada. O produtor Mauricio Couly conta que a premiação colocou o produto em destaque, o que teve reflexo na comercialização. “Nos deu um maior posicionamento no mercado nacional e despertou o interesse do mercado internacional. Agora estamos trabalhando para exportar os queijos e vamos conseguir em um futuro muito próximo”, aposta o único participante da Argentina em 2023. Neste ano, são 15.

Os italianos, vencedores das duas primeiras edições do evento, também desembarcam em peso em Araxá.

Como se chega ao campeão?

O Concurso Internacional da ExpoQueijo Brasil será novamente coordenado pela equipe da Epamig, vinculado à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas (Seapa). Um sistema inédito no país unifica as atividades do concurso, desde a inscrição das amostras, cadastro de jurados, avaliação dos queijos de acordo com os atributos sensoriais cadastrados, verificação das notas e dos medalhistas à emissão dos certificados.

“Os queijos inscritos serão avaliados por cerca de 200 jurados. Eles darão notas de acordo com o aspecto global, cor, textura, odor, aroma, consistência e sabor. São 42 categorias”, destaca o chefe-geral da EPAMIG ILCT, Sebastião Tavares de Rezende.

A degustação é às cegas e segue a metodologia usada nos principais concursos internacionais. Segundo a mestre queijeira Íris Parizotto, essa abordagem consiste em apresentar os queijos aos jurados, sem qualquer indicação de sua origem, marca ou variedade, permitindo que a análise seja feita exclusivamente com base nas características sensoriais de cada produto. “Os queijos são numerados e catalogados de maneira a garantir que nenhuma informação relevante seja acessível aos jurados durante a avaliação. Portanto, estes não saberão, durante o concurso, a quem pertence o queijo que está a sua frente, nem o local de origem”, explica.

Entre as novidades da edição de 2024 está a divisão do Concurso Internacional de Queijos em três diferentes fases. “Em função do expressivo número de queijos participantes, a equipe decidiu dividir o concurso. A fase um irá classificar em ouro, prata e bronze os primeiros lugares de cada categoria. A segunda fase avaliará os medalhistas com o ouro e selecionará os 15 melhores queijos, que concorrerão ao Super Ouro, na terceira fase”, explica a professora e pesquisadora da Epamig ILCT, Carolina Viana.

As duas primeiras fases do concurso serão realizadas nesta sexta (28). A etapa final e a premiação dos vencedores ocorrem no sábado (29) a partir de 10h30. Evento ocupa áreas internas e externas do Grande Hotel de Araxá.

FONTE: HOJE EM DIA