Dispositivo atrai principalmente jovens e adolescentes e traz componentes que causam dependência e danos ao pulmão
Combate. Na semana do Dia Mundial sem Tabaco, celebrado na quarta (31), a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) lançou uma campanha de prevenção à iniciação juvenil aos DEFs, focada no entorno de escolas. “O cigarro eletrônico está sendo utilizado amplamente por adolescentes e jovens. Ele preocupa porque é uma porta de entrada para outras drogas e para a dependência de cigarro, o que pode trazer danos irreversíveis ao pulmão”, ressalta Nayara Resende Pena, coordenadora de Programas de Promoção da Saúde e Controle do Tabagismo da secretaria.
Moderno, dispositivo seduz nativos digitais
O cigarro eletrônico tem design moderno, pluga no computador, tem luzes de LED e não libera fumaça fedida – ou seja, é um dispositivo estrategicamente pensado para os jovens. Mesmo o valor não sendo muito acessível – entre R$ 100 e R$ 1.000 –, o produto se consolidou como opção entre os fumantes. “Ele é feito por indústrias que produzem o cigarro tradicional. Arrumaram um dispositivo que conversa com os nativos digitais. E ele não é bonzinho, é até pior”, analisa o pneumologista Paulo Corrêa, coordenador da Comissão Científica de Tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).
Mariana Pinho, coordenadora do projeto Tabaco da ACT Promoção da Saúde – entidade de defesa de políticas públicas de saúde –, explica que a febre do vape é forte porque, além de serem tecnológicos, eles são expostos frequentemente em redes sociais, sem nenhum aviso sobre os riscos à saúde. “É muito atrativo para quem está conectado, em especial os mais jovens. Ele alcança um público mais vulnerável ao apelo da tecnologia e é uma porta para o tabagismo”, disse.
Fonte: O Tempo